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Anos 80...."Dama de Ouro". Policial ruiva, Kate Marrone. Os maldosos a apelidaram de "Kate Machone". Injusto. Em um episódio, ela até chorou. Vi todos.
Fiquei grandinha. E pensei que tivesse me curado da febre do heroísmo feminino.
Ledo engano. Em 1997, o vício adormecido aflorou. "La Femme Nikita", o melhor e mais injustiçado seriado de todos os tempos. Melhor porque os enredos eram repletos de armadilhas; a gente mordia a poltrona de nervoso (os roteiristas do LFN futuramente criaram o aclamado "24"). Melhor porque todos personagens apresentavam caráter dúbio (os mocinhos não valiam muito mais do que os vilões: torturavam, encomendavam assassinatos, fingiam sentimentos e puxavam o tapete uns dos outros). Melhor porque a trilha sonora foi escolhida a dedo. Rolou PJ Harvey, Curve, Depeche Mode, Massive Attack, Hooverphonic, Prodigy e uma infinidade de sons bacanas. E seriado injustiçado porque.....só eu vi, hehe. Cheguei a propor pagamento para que amigos dessem uma espiada nos capítulos e me proporcionassem a alegria de alguns comentários no dia seguinte.
Comprei botas e roupas pretas iguais às da Nikita, repetindo o efeito Mulher-Maravilha (o fato da minha idade já ser quase seis vezes superior a cinco anos não me envergonhou). Terminado o último episódio, respirei aliviada. Estava livre!
Sim....livre. Mas só até a estréia de....."Alias". Cópia descarada de "La Femme Nikita". Agente da CIA empenhada em salvar o mundo (e mundo, nesses casos, limita-se aos EUA) de toda a sorte de terroristas. E lá voltei eu pra frente da TV....
Desisti. E resolvi assumir. Sou fanática por seres humanos com dois cromossomos X que ganham a vida tentando botar malfeitores atrás das grades!
Tão fanática, que virei um.
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