Monday, October 30, 2006

O Tim e o Timor

É tarde pacas. Cheguei em casa há duas horas. Estava no Tim Festival. Eu e Marcinha, sister das antigas. Foram quatro bandas. A primeira - Mombojo, Mombojó, Monjolo ou qualquer outro nome que lembre bangôs e capoeiristas - tomei a sábia decisão de não ver. A segunda, TV On The Radio, era a razão da minha ida ao festival (e do desembolso de exorbitantes R$ 180,00). Bacana, mas é melhor em CD. Yeah, Yeah, Yeahs, a terceira banda, acho um pé. Mas pelo menos foi mais suportável do que ouvir os discos. Por fim, não vi o Daft Punk. Não tenho mais paciência para passar da meia-noite em shows lotadaços, ambientes insalubres.
Ah. Entre TV On The Radio e Yeah, Yeah, Yeahs rolou algo no palco. Chama-se Thievery Corporation. Mas não dá pra denominar aquilo de banda, aquilo de show. Foi um batuque tribal dos infernos. Acho que eles estavam chamando chuva.
Mas enfim. A noite foi salva por Zé Fernando. Zé Fernando foi meu veterano na Faculdade de Direito. Tão veterano que, quando entrei na SanFran, ele já tinha se formado. Mas continuava lá, colando nas festas, presente nas viagens, pegando calouras (não, não eu). Figura. Em um dos intervalos de shows, Zé Fernando, de boné e óculos laranja, avistou a gente e chegou para conversar. Zé e Marcinha tinham um assunto em comum: o...Timor Leste. Zé já esteve lá, Marcinha também. Zé, advogado, a trabalho pela ONU. Marcinha, juíza, a lazer, para passear e mergulhar. É, existe uma pessoa nesse mundo que escolheu o Timor Leste para desfrutar suas merecidas férias. Nunca entendi. Além do Timor, Zé Fernando também trabalhou na República Dominicana e no....Congo! Zé e suas "pérolas" foram a melhor coisa do Tim:
"No Timor, eu trabalhava no gabinete do Presidente. Até o dia em que os guerrilheiros invadiram o palácio. Nós tivemos que fugir pelos fundos e pular o muro pra não levar umas balas, hehe".
"No aeroporto do Congo não existem computadores. Nenhum. Até os bilhetes de viagem são feitos a mão ou em máquinas. A gente desembarca e logo é escoltado por soldados do exército com metralhadoras".
"No Congo não deu pra transar! Um terço da população está com AIDS".
"No Congo, eu passei seis meses trancafiado em uma casa, só com estrangeiros. Era como no Big Brother; depois de um tempo começaram os conflitos. Só que infelizmente ninguém era expulso....".
"Uma vez, no Congo, o segundo cara mais importante da ONU teve a infeliz idéia de dar uma corridinha pelo melhor bairro da Capital. O sujeito foi assaltado. Levaram tudo, tudo. Ele ficou completamente pelado e teve que pedir ajuda em um hotel. Ah, ele foi assaltado pela Guarda Presidencial.....".

2 comments:

Anonymous said...

Para mim, o cancelamento do Radiohead foi o grande anticlímax do festival. Fiquei decepcionado antes mesmo de começar, a partir daí simplesmente ignorei.
Pelo que li, fiz muito bem, mesmo porque a Tim fez de tudo para espantar o público paulista neste ano.

nemo said...

eu achei que seria absurdo demais pagar 180 reais pra ver o tv on the radio, sendo que, ano passado, paguei 25 reais [12,50 cada] por dois ingressos pra vê-los no muito mais simpático sesc pompéia. infelizmente, eles cancelaram de última hora. frustrante. além da questão do preço, eu estou cada vez mais cansado desses festivais, onde pessoas vão pra ver uma determinada banda e não respeitam as apresentações das outras, por exemplo. ou pior, pessoas pra quem o que menos importa é a música, mas sim circular, ver e ser visto, etc....
...
nossa, acho que seria demais tomar umas com esse seu amigo zé fernando!