Sunday, December 07, 2008

Robin Hood e Kim Deal



Constantemente tenho a sensação de que vivo em um limbo. No meio do caminho entre dois mundos aos quais pertenço (mas que raramente se misturam). Um por profissão, outro por afinidade. Vou tentar explicar. Bom, sou promotora. De justiça. E gosto de música, de rock. Mas não dessas lástimas tipo U2, Skank. Gosto das bandas e músicos que aparecem aqui no bloguinho. Que nem todo mundo ouve. Ou que praticamente ninguém ouve, em se tratando de outros promotores e juízes. Então, quando estou entre eles, sou "a que gosta de rock esquisito", alternativo. Gravei um CD com músicas do Mark Lanegan para o juiz da Primeira Vara Cível de Atibaia. Ele ouviu e aprovou, disse que parecia Dire Straits. Depois desse insulto, desisti de abordar o assunto "música" na ala jurídica das minhas relações. Assim, comentários sobre o show do The National, o último CD do Ladytron ou o próximo do Twilight Singers ficam restritos ao pessoal que também curte rock esquisito. Geralmente pessoas que estudaram na ECA e seguiram Jornalismo ou Cinema. OK. Só que...eu estudei Direito. E trabalho no Ministério Público. E quando acontece de um "indie rocker" não-jurídico palpitar levianamente sobre minha profissão....minha irritação consegue ser duzentas vezes maior do que ouvir alguém botando Mark Lanegan e Mark Knopfler no mesmo saco.
Dias atrás conheci o traficante dos irmãos Reid e da Kim Deal. Jim e William Reid são os escoceses da banda Jesus and Mary Chain. Kim Deal é a aclamada baixista do Pixies, que hoje toca no Breeders. Conheci o sujeito não no fórum ou na promotoria, algemado. Conheci em mesa de bar da rua Bela Cintra, sentado na minha frente, gesticulando animado para contar a historinha que ele considerou incrível. Sentados conosco, dois amigos em comum que também gostam de rock (esquisito). Fui apresentada a ele como Ana, a promotora. E ele como sendo um blogueiro (mais um), um ex-dono de loja de discos (ou seja, um falido) e um sortudo que, devido a razões desconhecidas por mim, havia ciceroneado o pessoal do Breeders e do Jesus em São Paulo, quando as bandas estiveram aqui para tocar em festival. Falante e sorridente, disse que estava apaixonado pela namorada, que casaria em breve e queria filhos. Uma filha, com nome já escolhido: Manuela. Ótimo. E foi depois dessa exposição sobre planos futuros que teve início a história do show. Contou que havia recepcionado as bandas no aeroporto. Que Kim Deal era fofíssima, que os irmãos Reid eram simpaticíssimos (hã? Os dois têm fama de insuportáveis. Tão insuportáveis que não agüentam um ao outro). Que as bandas tinham um empresário em comum, excelente pessoa, apesar dos neurônios fritos e da incapacidade de articular frases conexas. Que todos eram gente-finíssima, que o trataram super bem e gentilmente pediram que ele....arranjasse droga pra todos (músicos, staff e principalmente para o cara dos neurônios). Que ele cumpriu a tarefa, mas ficou com medo de ser abordado pela polícia no caminho entre a boca e a área VIP, dada a boa quantidade de droga carregada no bolso. Que se fosse abordado teria dito para o "seu guarda" que não iria vender nada, apenas entregar para o pessoal das bandas (!). Que todos ficaram felizes com sua presteza, que após as apresentações os gringos pegaram a encomenda, entraram nas vans, fecharam as portas e se mandaram para o hotel. E que então ficou à vontade na área VIP, bebendo os restos de Veuve Clicquot.
Eu, quieta. Na minha. Não tinha a mínima intenção de dar lição de moral para o cidadão. Logo eu levantaria e iria embora para nunca mais ver o sujeito. Mas aí começou. Ele olhou pra mim, abriu um sorrisão paternal, perguntou minha idade (a mesma idade dele) e quis saber o que eu mais gostava de fazer como promotora. Fui sincera. "Botar traficante em cana". Não contente, ele continuou: quem disse que o tráfico é algo ruim? Você já viu a pobreza de uma favela? Você consegue dormir sem peso na consciência?
Bem. Nada, absolutamente nada, mas nada mesmo faz meu sangue migrar a jato para o cérebro, em velocidade superior à da luz,...do que a leve menção à odiosa, podre, nojenta..."Teoria da Vítima Social". Também chamada "Teoria da Justiça Social". Ou, como costumo dizer, "Teoria Robin Hood".
Para o "teórico-justo-social", o criminoso só comete o crime porque é uma vítima da desigualdade de classes, uma vítima da sociedade. Assim, de criminoso, o sujeito passa a vítima. Se a vítima de um assalto, por exemplo, pertence a uma classe superior à da "vítima social", ela é um "criminoso de classe", aquele que se beneficia com a injustiça social. Portanto, o crime praticado fica justificado: na verdade não é crime, mas...."justiça social".
Robin Hood, seu bando e famílias de camponeses viviam na floresta de Sherwood, na Inglaterra medieval. Explorados pelo Príncipe João, eram obrigados a pagar impostos abusivos. Vendo que seu pessoal passava fome e necessidades, Robin Hood, seu amigo Little John (obeso, embora faminto) e outros chegados pegavam arcos, flechas e iam assaltar a nobreza em seus castelos. No fim do dia, o bando voltava para o acampamento, enfileirava os aldeões e repartia o dinheiro roubado. Aí todo mundo ia confraternizar em torno da fogueira, assando uma ovelha, tocando flauta e dançando.
Segundo o teórico-justo-social, Robinho e seus amigos vivem na favela de uma grande cidade, junto com outras famílias miseráveis. São explorados pela burguesia. Vendo que seu pessoal passa fome e necessidades, Robinho, seu mano Johnny e outros chegados pegam revólver, pistola e vão assaltar os ricos nos bairros de bacanas. No fim do dia, o bando volta para a maloca, enfileira os favelados e reparte o dinheiro roubado. Aí todo mundo vai confraternizar em torno da roda de pagode, fazendo um churras, tocando pandeiro e sambando.
Tenha dó. O teórico-justo-social diz que conhece a favela, mas óbvio que não mora lá. Ele mora em apartamento e pode chegar no prédio mesmo tarde da noite, sem stress, porque não vigora na sua rua nenhum toque-de-recolher. Se morasse em favela, saberia que bandido não é benfeitor solidário. Que bandido não assalta ou trafica em nome do bem comum, mas exclusivamente em proveito próprio. Que quando acontece do traficante financiar serviço social na favela, cobra um preço alto: bico-calado, olhos fechados e fidelidade dos moradores no momento em que os homens invadirem o morro (quem dedurar, morre). E, principalmente, que a grande maioria da bandidagem não vai à zona sul roubar o Rolex do playboy, atirar nos miolos da patricinha ou vender baseado na porta do colégio Dante Alighieri. Vai roubar, toda semana, o mesmo boteco no subúrbio. Afinal, sabe muito bem que o dono não se atreverá a chamar a polícia, pois tem endereço comercial fixo para ser encontrado e sofrer vingança. Vai estourar os miolos do empacotador do Pão-de-Açúcar que foi seu amigo de infância, se ele não quitar rapidinho a dívida do pó que comprou. Vai vender o bagulho na porta da escola municipal, pois lá não tem segurança engravatado postado na frente do portão.
Ah, e outra: Robin Hood não nasceu pobre. Era nobre quando o Príncipe João deu o golpe e tomou o trono de Ricardo Coração de Leão. Robin Hood lutava também por interesse pessoal, para recuperar sua posição social. No fim da história, quando consegue, volta a ser bacana endinheirado.
Digo o que eu vi depois de oito anos na promotoria: vítima de crimes praticados por pobres é gente pobre, não rica. Minha clientela é financeiramente humilde dos dois lados: do assaltante e do assaltado, do traficante e do viciado, do homicida e do morto. Lógico que ocorrem casos de residências de alto padrão invadidas por quadrilhas armadas, de seqüestros-relâmpago de pessoas da classe média. Mas são casos que eu conto nos dedos. Toda semana, mulheres entram na minha sala, aflitas, implorando para que eu dê jeito nos seus filhos, adolescentes que estão usando e vendendo drogas para traficantes maiores de suas vizinhanças. São todas faxineiras. Várias choram, uma já soluçou agarrada no meu braço. Nunca atendi uma bióloga, uma engenheira, uma publicitária. Anos atrás, um velhinho me procurou no fórum. Desdentado, descalço, exalando odor de quem havia caminhado três horas para cobrir a distância entre a zona rural e urbana. Foi se queixar do vizinho, um rapazinho que havia entrado no quintalzinho do seu barraco e afanado um pato, o mais gordo. Contou que além do pato e do barraco, ele era dono de uma galinha e de outro pato (mais magro). Só. E que o mocinho já havia avisado que voltaria lá para passar a mão no outro pato, pois nunca seria punido pela Justiça por furtar uma somente uma ave. Eu tive vontade de pedir à juíza que o filho-da-puta do tal vizinho fosse trancafiado numa masmorra. Mas em um ponto ele tinha razão: a acusação em Juízo contra o autor do furto de um pato causaria comoção. Eu iria parar no Jornal Nacional e no Estadão (e duvido que as reportagens esclarecessem que o patão constituía 25% do patrimônio total de um lavrador). A brigada dos direitos humanos iria me malhar sem piedade, Eduardo Suplicy me telefonaria de novo (é, ele me ligou uma vez. Pessoalmente. Para pedir que eu olhasse bem a situação de um injustiçado que fora preso por engano, por roubo. Eu olhei. E descobri que o assaltante havia sido reconhecido por diversas vítimas, e que havia mandado espancar a filha de uma delas. Foi condenado e fugiu da cadeia).
Aliviar a barra de um bandido pobre, sob o argumento da injustiça social, é desrespeitar a vítima igualmente pobre mas que nunca surrupiou um fósforo, vendeu uma pedra de "crack", aplicou um golpe para suprir sua carência econômica. Se eu anunciar para um modesto pai de família que não tenho o direito de pedir a prisão do malandro pobretão, que alicia seu filho para o tráfico, porque o milionário Daniel Dantas continua em liberdade....esse senhor cuspirá na minha cara. E com toda razão. Ele paga impostos, que se transformam no meu salário. Tem todo o direito de cobrar que as autoridades garantam a sua segurança e a de sua família.
Em linhas gerais, tudo que escrevi acima eu disse para o tal serviçal do Jesus and Mary Chain. Em um tom de voz um tanto irado, admito. Em respeito aos nossos amigos em comum, que já estavam desconfortáveis com os rumos da conversa, não falei para o indie traficante que se por azar, daqui quinze anos, a Manuela dele aparecesse em casa, com os neurônios fritos e incapaz de articular frases conexas, ele com certeza iria procurar gente como eu, exigindo que o responsável fosse encarcerado. Ainda que esse sujeito fosse também responsável pelo abastecimento oficial das narinas do Morrissey ou da seringa dos últimos Ramones vivos. Não adverti o cara de que se ele fosse pego pela polícia com droga e alegasse que não iria usar nada, mas só presentear terceiros....seria preso do mesmo jeito. E que teria confessado o tráfico, pois a lei não faz distinção entre aquele que porta tóxico para vender ou para entregar gratuitamente. Desavisado, quem sabe o esperto não é preso em flagrante em março, no show do Radiohead.
Final da noite no bar, despedidas frias. Depois da revolta, lamentei. Um rapaz negro, classe média, de pensamento tão estreito, sentindo-se especial porque foi bem tratado por Kim Deal e companhia. Sim, a galera estava em terra estranha e não sabia onde arranjar uns aditivos; lógico que não trataria mal um nativo, contratado justamente para fazer o servicinho chato de office-boy na boca. Gringos tão legais que, quando as portas das vans se fecharam, o meu amigo estava do lado de fora delas, não dentro dos veículos. Ninguém o chamou para as festas. Mesmo assim ele se deu por feliz por poder consumir as sobras largadas pela descolândia fina e branca do rock alternativo.

Boa sorte, Manu.

15 comments:

Anonymous said...

Sei muito bem o que é ser visto como estranho pelas pessoas com gosto normal para música.
Tanto que penso mil vezes antes de colocar um som no carro, quando me pedem para colocar um de meus cd's em uma festa qualquer.
Já tive mais paciência em tentar converter as pessoas a tentar escutar algo novo, diferente. Hoje apenas dou uma risada sem-graça e mudo de assunto. Você fica tachado de metido a besta.

Quanto ao sujeito só me vem a cabeça palavras como babaca, bobo alegre, infeliz.

Annix said...

post espetacular.
e claro, a "teoria da justiça social" só serve mesmo pra justificar o delito nosso de cada dia, de quem nunca acha que o que está fazendo é tão grave quanto, se não mais. Double standards, oi?

Anonymous said...

Pois é...
pobre país este nosso onde ser "moderno", "descolado", "in"... é ser "de esquerda" (seja lá o que for isso atualmente), se drogar e sempre tentar entender a situação dos "coitadinhos" que vivem no crime... levados pela adversidade...
Estudar, tentar honestamente melhorar de vida, ter alguma correção na vida diária, trabalhar... isso, ninguém quer, é papo autoritário, da direita reacionária, da elite branca perversa...
Difícil vislumbrar algum futuro nesta terra mãe gentil, enquanto não mudarmos este nível (baixo) de consciência!

Cris Ambrosio said...

Wow. Sensacional.

Isso é a coisa mais comum que tem; as pessoas não pensam nem por um minuto no impacto das ações delas, mas não hesitam em reclamar quando acontece alguma coisa de ruim. Parece aqueles caras que colam no vestibular (um prof meu, por incrivel que pareça) e depois reclamam dos EUA, da corrupção...

Ele têm é que ouvir mesmo. Eu também fico puta com essa gente.

Realmente, boa sorte pra Manu.

Galaxy Of Emptiness said...

Obrigada, meninas.

O anônimo tem razão. Tudo o que exige esforço, seja estudo ou trabalho, é atualmente visto como coisa para trouxas, para losers. E isso vale tanto para meninos pobres como meninos de classes mais abastadas. Todos querem o mesmo: popularidade. Andar com a turma dos "caras", ter uma fila de meninas pagando pau. Estudo é para nerds. Nenhum amigo seu vai te admirar se você estudar. No máximo seus pais e aquela tiazinha de óculos que ensina Geografia.
Por isso que a maioria dos garotos lá de Atibaia que viram iscas dos traficantes são justamente os franzinos, tímidos, parecidos com o Harry Potter (sério, a maioria é branca. O moleque traficante que me dá mais trabalho é um baixinho loirinho de olho verde. Super educado e introvertido. Tá na cara que anda cumprindo ordens de um safado - que ele se recusa a dizer quem é - e com uma puta dívida de droga nas costas...triste).

lisa said...

oi,
td bem?

realmente, permear entre dois mundos relativamente diferentes pode ser pouco confortável inúmeras vezes, você acaba no meio.

não dá pra passar a mão na cabeça dos outros, porque isso é filantropia barata. tem que trabalhar para resultados positivos. mas esse é que é o problema, trabalhar dá um trabalho desgraçado e o que mais tem é gente preguiçosa safada, cá entre nós [ mas a minha opinião não conta, pq como bem disse o anônimo, ela é da direita reacionária, da elite branca perversa ].

a verdade é que, muitas vezes, vejo uma cegueira para a coisa sistêmica. esse rapaz que estava feliz com o tratamento dos insuportáveis reid e da deal provavelmente é um desses patetas que não analisa nada em cadeia.

Galaxy Of Emptiness said...

Oi, Lisa! Tudo certinho.

É, fico irada com essa hipocrisia, viu. Hoje mesmo eu estava lendo um processo que voltou do Tribunal. Era um recurso meu contra a sentença do juiz em um caso de adolescente traficante. Eu vi que o moleque não tinha jeito, estava com dívida pra pagar e voltaria a traficar se ficasse solto. Pedi internação dele na CASA (ex-FEBEM). O juiz não internou, deu medida em meio aberto, eu recorri e o Tribunal acolheu meu recurso. Só que uns dois meses depois da sentença invadiram a casa do moleque e ele foi assassinado a tiros. Se o juiz tivesse internado na sentença, ele estaria vivo. Não culpo o juiz, mas culpo o tráfico. E aí eu tenho que ouvir de um mané..."Quem disse que o tráfico é algo ruim"? Ah, não dá, viu.

Faz umas semanas que um cara pobre foi preso em Atibaia porque fez exatamente o que o infeliz da Kim Deal fez: foi buscar droga para entregar para alguém e a polícia o pegou no meio do caminho. Ele também disse que a droga não era dele, que só ia entregar para terceiro. Foi condenado. Só que ele cometeu o crime no meio da rua. Para a lei, quem comete tráfico em local onde está rolando espetáculo recebe pena ainda maior. Resumindo: para a lei, o traficante favelado do meu caso é menos pior do que o deslumbrado que tive o desprazer de conhecer.
Mas que certamente não se considera "traficante" e sim "produtor". Como ele mesmo disse, descolar droga para o artista "faz parte do trabalho de produção".
Ah, sim. Imagina só se ele teria coragem de virar para a Kim Deal e falar: "Ah, você quer pó? Então tá aqui o mapa da cidade e um dicionário Inglês-Português. Se vira, fofa!"

A gente é uma colônia, mesmo. Ainda.

Joaollourenco said...

Uma frase que tento reger a minha vida é – Um erro não conserta outro. Não usar a desculpa de falta de retorno dos impostos para sonegar, a desculpa de todo mundo faz para furar fila, surrupiar algo em lojas e supermercados. Argumentar que algo é muito caro, para comprar produtos de origem suspeita. Outra coisa são as pessoas que acham que drogas são plantadas/feitas por fadinhas e transportadas e distribuídas por duendes, o pessoal envolvido é barra pesada. Não sou contra drogas por detonar pessoas, ou melhor, também por isto, mas principalmente por alimentar o crime.
E falo por interesse próprio, pois sem pessoas pagando este tipo de “vantagens”, eu me sentiria bem mais seguro, e não teria que gastar mais de R$ 5.000,00 reais por ano em seguros casa/carro, monitoria de alarme e o guardinha da rua, além dos impostos que não me dão retorno nenhum.
Dinheiro este que poderíamos usar para comprar discos esquisitos e não esquisitos...

Galaxy Of Emptiness said...

É, é fácil falar dos outros mas não andar direito.

Fico até pensando: e se o cara tivesse mesmo sido pego pela polícia carregando a quantidade de droga que ele disse que levava? Se a polícia interrogasse os irmãos Reid e a Deal, aposto que eles iriam negar que o sujeito estava agindo a pedido deles. Lógico, nem o gringo mais legal iria querer se sujar nessa hora, né.
Queria ver se aí ele, preso, assobiaria no xadrez "Cool as Kim Deal" (tem uma música do Dandy Warhols com esse nome...he).

lisa said...

oi,
td bem?

há um tempo li esta matéria: http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid122083,0.htm

fiquei tão assustada e tão impressionada que salvei no meu computador.

Galaxy Of Emptiness said...

É, punk mesmo, Lisa. É ganância demais desse bandidão.

Ah, mas hoje fiquei feliz! Tem um moleque que está internado há mais de um ano na CASA de Atibaia, por tráfico. A CASA de Atibaia é séria, para poucos meninos e lá eles realmente têm aulas. De tudo, de escola a esportes, cursos técnicos, de artes, etc. Esse menino, estudando lá, se apaixonou por...Química!! Hoje concordei com a desinternação dele e sexta ele vai prestar um exame para um curso técnico de Química em um instituto de Atibaia! Foram os funcionários da CASA que descolaram essa oportunidade pra ele! Passando, ganha uma bolsa parcial!

Fiquei muito feliz!!! Então, sexta-feira, todo mundo torcendo pelo Charles, por favor!!! :)

lisa said...

ah, que legal!
parabéns e boa sorte pra ele!
não tem como não se apaixonar por química...
vai dar tudo certo, vou torcer.
:)

Galaxy Of Emptiness said...

Sim, não há como não se apaixonar por Química.

Principalmente traficante.

Mas vou dar um voto de confiança para o garoto. Quero crer que ele usará os novos conhecimentos para o Bem.

Quando eu trabalhava em Ilhabela, havia um traficante que foi solto depois de um tempo na cadeia. Disse ele em uma audiência que estava regenerado, trabalhando honestamente. No mesmo dia, vi o cara no supermercadinho, na minha frente no caixa rápido de no máximo dez volumes. E realmente ele estava comprando dez volumes iguaizinhos: dez frascos de acetona. Aí ele me viu e ficou sem graça. Eu: "já sei Mario Sergio, você virou manicure, né."

Annix said...

hahahahahahahahahahahahaha

lisa said...

"Sim, não há como não se apaixonar por Química.

Principalmente traficante."

HAHAHA. não vou nem comentar.

vamos pelo menos dar um crédito pro moleque. rs.

sobre ser manicure e pedicure: na china, vários são homens. rsssssss.