Saturday, November 27, 2010
Sunday, October 31, 2010
Quando a Arte vira Rock, Parte CLI
Monday, September 13, 2010
As Meninas-Renda e a Menina-Algodão
Sunday, September 05, 2010
The More You Ignore Me, The Closer I Get
Saturday, August 28, 2010
Fui até Londres para ver Black Angels
Cof, cof. Ham. Só que....um dia bem disse Carlos Drummond de Andrade: no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha um show do Mark Lanegan, tinha um show do Mark Lanegan no meio do caminho. Essas coincidências curiosas e inesperadas da vida. O aguardadíssimo show do Black Angels estava marcado para o último dia 26. Lanegan, dia 18. Por acaso eu chegaria em Londres no dia 17. Para ter uma semana de preparação psicológica para ver quem? Black Angels, ué, quem mais? Também por acaso eu não teria compromissos na cidade, na noite do dia 18. Custava dar uma passada no Lanegan? Não, né. E já que horas antes do show eu estava em uma livraria, para comprar esse livro para mim, por que não comprar também um para ele? E depois do show pedir para alguém entregar. Não eu, óbvio.
E lá fui eu então para o lugar do show. Já falei aqui da Union Chapel, a igreja mais cool do mundo, que fica no norte de Londres. É anglicana, construída no século XIX, era vitoriana, estilo gótico. Hoje, a Union Chapel é uma casa para shows de música. Incluindo rock. E continua a ser igreja! Com casamentos, batizados, velórios, etc.. No site da UC, a gente acha tanto a programação dos shows como o horário das missas. Adornada por vitrais e arcos, pé direito nas alturas, a igreja é absurdamente linda. Acústica perfeita. Parece até que foi projetada especialmente para o vozeirão do Lanegan.
Meia hora depois - ou seis festas depois - nós duas na rua. Na frente do portão que levava ao bar. Trancado. Luzes apagadas. "É, você estava certa. Ele tinha dito "em" cinco minutos, não "por"". "É Lisa, mas veja o lado bom: a igreja te doou essa taça de vidro. Prova de que, se estão doando, é porque não estão passando necessidades". "Gosh, que droga. E agora? O que a gente faz? Dá outra volta no quarteirão pra ver se a van da turnê tá parada nos fundos?". A gente já tinha dado umas três voltas pelo quarteirão. Que é comprido. Olhei desolada para a avenida que se estende na frente da igreja. Foi quando eu vi! "Lisa!! Lá, no pub do outro lado da rua!". "Ele!?". "Não! Ela! A Isobel!". "Cadê?". "Sentada naquela mesa, perto da porta do pub!". "Não tô vendo!". "Lá! Aquele troço amarelão!". "Ah, vi! Vamos lá perguntar pra ela onde ele está!". "Perguntar nada, vamos é procurar ele lá dentro!". E nós duas saímos correndo feito aqueles touros enlouquecidos nas festas espanholas de São Firmino, em Pamplona. Para chegar ao pub, havia a avenida para atravessar primeiro. Sendo uma rua de Londres, a mão é invertida. Eu sempre me confundo para atravessar as ruas de lá. Então, para evitar um atropelamento, adotei o método seguro que minha cachorra me ensinou. Quando a Belle quer entrar na varandinha aqui de casa, primeiro ela pára na porta. Olha para a frente. Depois olha para a esquerda. E então para a direita. Por fim, olha para cima. Porque, afinal de contas, nunca se sabe. Só aí que ela sai (após dezesseis anos, ela ainda não se convenceu de que não passam carros no terraço do apartamento). Atravessada a avenida, a gente correu até a porta do pub, tirando finas das costas de uma Isobel sentada na área externa em um banco tipo de piquenique, quase derrubando a mulher. Passamos um pente fino dentro do local. Nada do Lanegan, só uns bêbados tristes. Saímos. "E agora? A gente pergunta para a Isobel? Dá o livro para ela entregar para ele.". "Ah, não. É chato incomodar. E tenho vergonha de perguntar e pedir.". "Vergonha de perguntar? Mas você não é promotora de justiça, hehe?". Pois é. Na verdade, não era vergonha. É que eu não teria nada de bom para falar pra Isobel Campbell. Falar o quê? "Oi, desculpa incomodar. Não quero seu autógrafo, nem foto, acho suas músicas meio chatas. Só compro seus CDs por causa do Lanegan. Então, não quero nada de você, só que me faça o favor de dar pra ele esse livro. A propósito: essa sua saia de vó é pavorosa. Te envelhece, livre-se dela. Marca sua calcinha. Que, pelo tamanho, deve ter pertencido ao enxoval da rainha Vitória. Tchau". Não ia dar certo.
Ideia de jerico minha, ir até o pub. Lógico que o Lanegan não estaria junto da Isobel. Não consigo imaginar ele de camaradagem com aquele coxinha pó-de-arroz acompanhante da cantora. Lanegan não se sentaria na mesma mesa de um cara que come batatinha usando palitos para não engordurar os dedos.
Voltamos então para nosso observatório, na frente da igreja. "Você já reparou que o cabelo dele cresce para os lados?". "Já. Como capacete, né, hehe. E você já notou que ele usa sempre a mesma roupa? Já até dei uma camisa pra ele. Tipo indireta pra ele mudar de figurino. Mas ele continua a usar a mesma calça, camisa e camiseta. Bom, pelo menos ele é um quarentão digno. Não tenta parecer um rapazinho de vinte, como por exemplo o Chris Cornell do Soundgarden, todo recauchutado.". "Qual a idade dele?", quis saber a Lisa. "Humm...quarenta e cinco...ele é de 64, fim do ano.". "Ah, dois anos mais moço do que a minha irmã caçula!". Aí eu fiz essa cara que você está fazendo agora. Tá, eu já tinha reparado que a Lisa era mais velha do que eu. Só que eu dei um desconto. Explico: na Inglaterra, não existem mulheres da minha faixa etária, trinta anos. Elas pulam dos vinte e nove diretamente para os quarenta e cinco anos, no mínimo. A razão? As inglesas bebem muito, muito mesmo. Como uns estivadores de porto. Desde a adolescência. No fim dos vinte anos, o corpo delas já não aguenta mais. Tá embuchado e enrugado. Os homens também bebem, mas são um pouco mais resistentes. Os sinais de envelhecimento aparecem depois dos quarenta. Então, a Inglaterra é um país de velhinhos feios (embora tenha jovens bonitos, sim). Sério, todas as senhoras têm a mesma cara. A da Camilla Parker Bowles. E os maridos delas são cópias do príncipe Charles. Um exército de clones. É estranhíssimo. Por isso, quando olhei para a Lisa pela primeira vez, imaginei que ela tivesse por volta da minha idade, trinta e cinco, já que aparentava uns cinco, dez anos a mais. Ela tem cinquenta. E está muito bem! Estou elogiando. Que exemplo para mim. Cinquenta anos, e ainda tietando. Beleza, ainda tenho quinze anos pela frente.
"Lisa, você já pensou numa coisa? Que se o Lanegan fosse muito mais famoso do que é, a gente nunca teria conseguido chegar perto dele depois dos shows?". "Já". Aí ela disse um troço no qual eu nunca tinha pensado. "Ele conseguiu um equilíbrio perfeito. Porque ele não é muito, muito conhecido. Mas também não é desconhecido. Ele pode andar na rua sem ser perturbado, manter uma base fiel de fãs, viver às custas da própria música, sem luxo, mas com razoável conforto. Enfim, ele conseguiu aquilo que o Kurt Cobain queria desesperadamente no fim da vida, mas não alcançou. Paz.". Interessante. Ela tem razão. Aliás, houve um tempo em que eu achava que, caso Kurt Cobain não tivesse se matado, ele teria acabado com o Nirvana e trabalhado junto com o Lanegan em algum projeto, já que os dois eram muito ligados. Mas depois percebi que não. Acho que se o Kurt e o Layne Staley não tivessem morrido...o morto seria o Lanegan. Porque o Mark, a duras penas, largou as drogas de tão abalado que ficou com a morte dos amigos. Tem uma tatuagem no pulso do Lanegan que talvez seja uma referência a isso. A palavra "surrender" sobre uma data. Cinco de abril de 2005. Exatos onze anos depois da morte do Kurt Cobain, e três da do Staley, vocalista do Alice in Chains. O que será que aconteceu nessa data? Talvez o dia em que Mark Lanegan decidiu sobreviver. E que triste pensar que dois caras talentosos precisaram morrer...para que um outro cara talentoso continuasse vivo.
"Lisa, vou desitir. Ele já deve ter ido embora mesmo. O show acabou faz um tempão. Só tá a gente aqui.". "É, né. Vamos então dar uma última olhada na rua dos fundos. Só por desencargo". Andamos, viramos a esquina. E não é que....tinha uma van parada quase na frente de uma porta da igreja -aberta! Van com a inscrição "tour" no capô! Uma mocinha estava junto à porta. "Ele tá aí dentro?!". Ela riu. "Tá. Sai em cinco minutos.". A gente se abraçou do lado esquerdo da porta. A moça sumiu. Logo depois, finalmente, aparece Mark Lanegan. Virou para direita. Ahá, caiu na rede! Pelo seguinte: o motorista parou a van com as duas rodas esquerdas sobre a calçada (lembrar que é mão inglesa, invertida). Isso porque a rua já é estreita para a passagem de carros. Acontece que a calçada também é estreita. Então o retrovisor esquerdo quase encostou no muro de pedra da igreja. O Lanegan se enfiou nesse corredorzinho formado entre muro e lateral da van, para lá na frente abrir a porta do passageiro (posição invertida nos carros ingleses). Só que a Lisa entrou no corredor logo atrás dele. E eu atrás dela. Quando ele se virou....estava preso, hehe. Muro de um lado, van do outro, retrovisor tapando a passagem. E uma Lisa salivante na frente dele. O único jeito do homem escapar seria entrando na van. Mas para isso ele teria que sair da frente da porta para conseguir abri-la. Impossível. Só se subisse na cabeça da Lisa. Moleza atacar uma presa indefesa em uma rua escura e deserta de Londres. Jack, o Estripador, não teria feito melhor.
Isso, agora quero ver você fugir do mesmo jeito que fez depois do show em São Paulo, saindo correndo pela direita do palco como o Leão da Montanha. No exit. Game over.
Ele olhou para Lisa...."ah....você". Olhou para mim...."e...você?". Pô, precisava me reconhecer tão rápido? Afinal, eu mudei a cor do cabelo, repiquei. Tá quase preto, como a asa da graúna. Bah, nem reparou então. Homem é tudo igual mesmo. Aí eu não resisti. Fiz uma pequena maldade: "É. Agora a gente é amiga!". Arregalei o olho e abri meu sorriso mais psicótico. E ele olhou para nós duas do mesmo jeito que a pelada do chuveiro um dia olhou para Norman Bates. Eu quase me envergonhei. Quase. Logo passou. "Oi. Você tá bem?" "Estou. E você?". Jesus, que educação. Ele perguntando se eu estou bem. Se eu fosse menos tímida - ou menos sóbria - já teria soltado um "agora estou muuuiito melhor!". Entreguei o livro, ele agradeceu. Dentro, na primeira página, escrevi uma dedicatória. Fiz força para assinar com letra bonita. Ana Luisa, your official Brazilian stalker. "Parabéns pelo show. Foi lindo. Como sempre.". Senti uma leve demonstração de comoção depois do meu "as always". Leve - porque ele é um cara de reações extremamente contidas. Mas acho que vi uma breve expressão de felicidade. E aí a Lisa desembestou a contar a tal história do cara do Soulsavers que teria dito que a banda acabaria. O coitado lá, prensado, escutando tudo com atenção. Ela fala pelos cotovelos. Ele praticamente encolhendo a barriga para não encostar na doida. Eu com uma puta vontade de rir. Acho que ela estava mesmo indignada pensando que pudesse ter sido vítima de um trote. No final, quando ela deixou ele falar, a informação: "Olha, eu não tô sabendo nada dessa história da banda acabar". Lisa pareceu satisfeita, estendeu a mão para cumprimentá-lo e ir embora. Dada a distância, dei um mero tchauzinho com os dedos. Agora chega, né. Ficar mais tempo lá seria passar dos limites da chatice. Lentamente comecei a dar marcha-ré para sair daquele aperto tomando o cuidado de não encostar na van empoeirada a barra do meu vestido (er...vestido da minha irmã. Que será clandestinamente devolvido lavado e passado ao cabide do qual foi surrupiado. Não se preocupe, Marina, você nunca vai saber.). E a Lisa desatou a falar de novo, lembrando de algum outro assunto digno de discussão à meia-noite, com um cara visivelmente cansado. Foi quando....peralá, por que ele tá...me olhando....assim? E por que tá...levantando, esticando, desviando o bração - cuidado com a orelha da Lisa! - com essa mão aberta!? Quando eu vi aquela mão gigante suspensa, pairando na altura do meu nariz, esperando minha mão anã....engatei primeira e voltei para onde antes eu estava. Na velocidade da luz. Tá aqui minha mão. Pode levar o braço também. E todo o resto, hehe! Brincadeira, não disse isso. Só encaixei a mão na dele. Ele pegou meus dedos de um jeito que parecia estar me tirando para dançar valsa. Ergueu ainda mais minha mão. E baixou a cabeça, fazendo uma pequena mesura. Tudo com a expressão mais séria do planeta. E eu abri meu sorriso mais "ai, que fofo!". Ei, menino, diz pra mim, vai, com quem você aprendeu esses modos de lorde que viveu no século retrasado? Algum avô? Porque com os irmãos Van Conner ou com o Josh Homme é que não deve ter sido, né? Ow, man, keep on rockin', OK? Por gente como eu. Por você mesmo. Não deixe nunca mais que aquela escuridão que engoliu seus amigos engula você também. No que eu puder ajudar, eu ajudo, prometo. Se eu sempre tiver que te dizer que tudo o que você faz é lindo, eu passo o resto da vida te lembrando, sem problemas. Mas eu preciso de você vivo. Nesse mundo. Então não me deixe aqui sozinha. Combinado?
Thursday, August 05, 2010
William Faulkner Lectures Get Digitized for the Internet :: Books :: News :: Paste
Tuesday, August 03, 2010
Quando a Arte vira Rock, Parte CL
Thursday, July 29, 2010
Friday, July 23, 2010
Friday, July 16, 2010
Quando a Arte vira Rock, Parte CXLVII
Tuesday, July 13, 2010
Henrietta e Kristen
Saturday, July 10, 2010
Quando a Arte vira Rock, Parte CXLVI
Friday, June 04, 2010
Sunday, May 16, 2010
Mark Lanegan em Londres, 04 de maio de 2010
Ah, Londres. Terra do Clash, terra da rainha. Eu sempre inventando desculpas para voltar lá. E minha melhor desculpa é, para variar, Mark Lanegan. Em turnê solo e acústica pela Europa desde abril. Novamente, desembarcar no aeroporto de Heathrow e passar pelo guichê da imigração com minha cara de peroba. Depois de oito vezes em Londres, viajando sozinha, por períodos curtos, já tenho medo de que os gringos pensem que sou mula (eu não disse mula, disse mula. Ai). Mas graças a Deus a palavra "rock" tem o poder de abrandar o coração mais duro e desconfiado de qualquer funcionário inglês. Ou funcionária. Dessa vez era uma ruiva com cara de poucos amigos. "Por que você veio para Londres?". "Para ver show de rock". Expressão de súbito interesse. "Ah, é? Qual?". "Mark Lanegan". Expressão de total ignorância. "Quantos dias você vai ficar?". "Uma semana, depois vou para Alemanha.". "Para ver show também?". Pô, aí a mulher já estava perguntando de curiosa. Que diferença faz o que eu iria fazer em Berlim? "Er...sim.". Bom, aquilo que eu tinha vergonha de que ela perguntasse a seguir, ela realmente não perguntou. Afirmou. "E é do mesmo cara!". "E...é..do..mesmo cara". Raio de mulher esperta. Deve ser uma boa agente de imigração. Carimbou meu passaporte rindo. Moral da história: para os britânicos não pareço uma perigosa mula internacional, e sim uma mera stalker internacional. Que bom.
De fato, do lado direito da platéia, perto do palco, logo se formou um ajuntamento de fêmeas. Laneganetes do lado direito, rapazes e suas namoradas do lado esquerdo. Atrás de mim, uma menina com dois piercings espetados no lábio comia uma banana (!), que ela tirou de uma mochila. Do meu lado esquerdo, uma senhora grisalha (as européias tias acham bonito exibir uma cabeleira estilo gambá). Do lado direito, uma mãe gorducha com a filha gorducha e uma senhora desdentada. Ainda bem que o Lanegan só canta de olho fechado. Antes do show de abertura começar, eu resolvi me sentar no palco, que era baixo, e assim evitar que as bananas da menina da boca com pregos ficassem roçando nos meus cabelos (ela, a maior interessada, não parecia muito preocupada com isso). Foi aí que eu vi quando abriram a porta do....hã....backstage (camarim?). Era um quartinho pequenino. O Lanegan estava sentado em uma cadeirinha de ferro, dessas de armar. Os rapazes da apresentação de abertura saíram de lá. Era o Duke Garwood, acompanhado de um violinista magro e cabeludo tipo Jesus e por um outro tiozinho que se sentou em uma mini-mini bateria. O Duke Garwood faz um som tipo blues, com violão. Tem duas músicas muito bonitas, e outras que já esqueci. Durante o show, olhando para o vão embaixo da porta, dava para ver a sombra dos pés laneganísticos lá, no lugar da cadeirinha. Quando acabou a apresentação, o trio voltou para o quartinho. Abriu a porta e eu só vi um Mark sorridente pulando da cadeirinha e abrindo os brações para parabenizar os amigos.
Monday, April 19, 2010
Tuesday, April 13, 2010
American Junkie
Destemido o moço aí da foto. Deu a cara para bater justo no país do politicamente correto. Há uns meses seu livro foi publicado nos EUA por uma pequena editora. Emergency Press. É, eu também nunca ouvi falar. Nem da editora, nem dele. Mas na contracapa uma frase entre aspas aparece destacada. Curtinha, nem dá para dizer que seja uma resenha. É mais uma constatação do que um elogio. "Heavy like the dark stuff itself." Pesado como a própria heroína. É a opinião de Mark Lanegan. E se eu recomendo livros para o Lanegan, justo então que eu leia um por ele "comprovado e atestado", vai. Whatever. Comprei pelo Amazon e li "American Junkie", que na versão e-book do Smashwords custa só nine bucks. Foi a melhor coisa que eu fiz nesse ano. Já terminei a leitura faz uns dias. E me sinto órfã. Bateu aquele banzo pós-livro sensacional. Aquela melancolia por saber que vai levar tempo para um livro tão bom quanto esse me ganhar. Aquele desânimo só de pensar no quanto vou ter que esperar até o lançamento da próxima obra do cara. Se ele lançar. Tudo isso porque "American Junkie" é perfeito em todos os aspectos. Tom Hansen não escreve bem. Escreve absurdamente bem. Redação límpida, inglês descomplicado, direto, coloquial mas elegante, mesmo usando gírias. Frases curtas, estendendo-se por no máximo três linhas até as palavras serem barradas por um ponto final. Como tem que ser. Em regra, três páginas formam cada capítulo. E cada capítulo lembra uma pequena crônica, terminando de um jeito que faz a garganta da gente sempre dar um nó. Hansen é habilidoso o suficiente para montar textos que misturam, na dosagem certa, cultura pop, reflexões irônicas, tristeza, música, romance. Em nenhum instante a história se perde, o ritmo cai ou a leitura se dispersa. Não há capítulos dispensáveis, parágrafos deslocados, frases sem sentido.
Tuesday, February 23, 2010
Amazing Story
Sunday, February 14, 2010
My Life According To Screaming Trees
Tuesday, January 26, 2010
2009 - Parte 4 - Livros
Livros que fizeram diferença na minha vidinha, ano passado.