Sunday, July 30, 2006

Henri Fuseli, Ian McEwan e Thom Yorke




John Henri Fuseli nasceu na Suíça em 1741. Viveu na Inglaterra. Morreu em 1825. Representante do romantismo-gótico, pintou seus próprios pesadelos, imagens angustiantes e cenas da Medicina. Quadros perturbadores.
Ian McEwan nasceu na Inglaterra, pouco mais de dois séculos após Fuseli. Escritor. Em 2005, lançou "Sábado", livro que relata um dia de pesadelo na vida de um cirurgião. Narrativa angustiante, pontuada por impressões do protagonista sobre a Medicina. Entre elas, a lembrança da operação de uma adolescente que havia quebrado a coluna. Queda do alto de uma árvore, em um festival de música. Segundo o médico, a garota tentava uma visão melhor do....Radiohead. História perturbadora.
Thom Yorke nasceu na Inglaterra, vinte anos depois de McEwan. Como seu compatriota, ainda vaga pela Terra. Como uma pintura de Fuseli, se esconde da luz. Vocalista da banda que ganhou as páginas de "Sábado". Neste mês, Thom Yorke lançou CD solo. Responsável pelas melodias e letras mais angustiantes do rock atual. Entre pesadelos de solidão, referências a vermes, reações químicas, átomos, neuroses, psiquiatria. Música perturbadora.
Fuseli, McEwan e Thom. You´re weirdo.

Saturday, July 29, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XXIII



Egon Schiele, Self-Portrait, e Brandon Flowers, vocalista do The Killers.

Thursday, July 27, 2006

Grego em Dez Lições



Ah, a Grécia. Tão linda. Tão desencanada. Durante o dia, praia. À noite, principalmente na ilha de Mykonos, a maior concentração de danceterias, bares e restaurantes por metro quadrado. A Grécia é a Bahia da Europa. Se você pretende um dia baixar na terra da Medusa, aí vai um guia básico de sobrevivência. Não me responsabilizo pela grafia e pronúncia das palavras, hehe.
1) aferraristô
Obrigado/obrigada
2) parakalô
Por favor
3) mpyra
Cerveja! Pronto, você já pode chegar humilhando no boteco, bater a mão no balcão e berrar para o garçom: "Mia mpyra, parakalô!" E depois: "Aferraristô!". Se você for narigudo e gay, passará tranqüilamente por cidadão grego.
4) kalimera
Bom dia
5) psino olokliro zoo
Churras! Churrasco! Muito importante, na nação-berço do legítimo e original churrasquinho grego. Que eu não provei, porque parecia quase tão ensebado quanto seus descendentes comercializados na Praça da Sé. A carne grega também fica enroladinha, rodando naquele troço. Eca! "Grego" é Ellinas. "Pequeno" é mikros. Então....você já sabe, hehe....Hora do almoço, bateu aquela fominha, é só entrar no mesmo botecão da cerva e mandar com segurança e propriedade: "Kalimera! Mia mpyra kai enas mikro psino olokliro zoo Ellinas, parakalô".
Seria o equivalente ao paulistanês "dois chopps e um pastel".
6) brachos kai roulo (ou petra kai roulo)
Rock'n roll. Yeah!
7) zoiros, faidros, eythymos
Gay. Alerta aos desavisados: a Grécia é muuiiiito gay. Mykonos, principalmente. Mykonos está para a Grécia assim como San Francisco está para os EUA, Pelotas para o Rio Grande do Sul, Campinas para São Paulo. Mas os bares gays são animadíssimos. Rola brachos direto.
8) taxi
Táxi. "Táxi" deve ser uma palavra universal. Na Grécia, funcionam como lotações. Você faz sinal de parada, o motorista abre a porta. Você entra no carro....e mais uma renca de gente desconhecida entra também! E o taxista vai deixando o povo pelo caminho. Você só paga o equivalente ao percurso que andou. É engraçado. Na primeira vez, assusta. Tipo..."O que essa velhinha tá fazendo!? Entrando no meu táxi!?"
9) Ejekt
Não sei o que significa "ejekt". Mas tenho certeza absoluta de que não quer dizer "eject". Em Atenas, estava eu andando pelo mercadão de domingo. Uma espécie de 25 de Março. Um camelô encostado em um muro vendia umas quinquilharias. Quando bati os olhos na tal parede....vi o cartaz: "Festival Ejekt: Miss Kittin, Vitalic, Radio 4, Hooverphonic e....New Order". Em Atenas mesmo. Três dias depois da minha volta para o Brasil. Sério, chorei.
Então, "ejekt" não é eject. Nunca vi festival mais "play". "Paizo Festival", deveria ser o nome.
10) Esy Agapô
Ah, a famosa frase. Que tantas vezes dá vergonha de dizer. Que então a gente só fala em pensamento. Ou quando ele vira de costas. Ou muito baixinho para ele não ouvir (mas pra gente se sentir melhor por pronunciar). Receio de se declarar ao ser amado? Seus problemas acabaram! Pode telefonar pra ele/ela, aparecer debaixo da janela, chegar junto na balada e soltar um "te amo" ininteligível! No máximo, o alvo vai perguntar: "Hã? Quem se agachou?".
Ou achar que você está falando grego.

Tuesday, July 25, 2006

A Sala Secreta




Sexta-feira passada, fui dormir bem mais tarde. Não por causa de alguma balada. Fiquei esperando que a televisão divulgasse o resultado do julgamento da Suzane e dos irmãos Cravinhos. E demorou. Jurados, juiz, promotores, advogados e escreventes passaram bastante tempo confinados na Sala Secreta. Bom sinal, pensei. Porque, em primeiro lugar, o Júri responde as perguntas (quesitos) referentes às teses da Acusação. Se essas teses são logo de cara rejeitadas, então as da Defesa nem são submetidas à análise dos jurados. E a porta da Sala Secreta se abre antes....
A Sala Secreta. Conheço bem. Já fui fechada dentro dela pelo menos umas cinqüenta vezes. Aliás, só de lembrar...arrepia. Quem é promotor de Júri (like me), ou advogado de Júri, sabe: é preciso ter coração de aço para sobreviver à votação da Sala Secreta.
Bom, a lei fala em "Sala Secreta". Mas a terminologia é errada. A sala não é secreta. "Sala Secreta", para mim, é aquele quartinho de filme de suspense, cuja porta é uma falsa estante de livros que se abre depois que o mordomo aperta um botão escondido atrás de um quadro. Em Atibaia, por exemplo, a "Sala Secreta" não é emocionante; é simplesmente a óbvia e acessível copa(!) situada no térreo do Fórum. Onde eu entro clandestinamente para furtar bolachas nos dias em que não tem julgamento (sim, Dona Inês, sou eu. Mas a Beth também pega, que eu sei!). O que é secreto é aquilo que rola na sala: a votação. Porque o julgamento é público. Mas o voto é secreto. Nem os jurados podem se comunicar.
Vou contar tudo o que rola na Sala Secreta. Funciona assim: os sete jurados se sentam em torno de uma mesa (geralmente, a mesa do almoço, hehe). Tipo família italiana. O juiz ocupa a cabeceira. Teoricamente, promotor e advogado tomam uma certa distância. Eu não. Não adianta: viro papagaio de pirata. Fico lá, praticamente pendurada em cima do ombro do juiz (juíza. Em Atibaia, é uma moça). Quero ver tudo. Cada jurado recebe duas cédulas: uma com a palavra "sim" e outra com a palavra "não". Aí, leitura dos quesitos. A juíza lê a primeira pergunta (por exemplo: fulano efetuou disparos de arma de fogo na direção da vítima?), explica o que ela significa e facilita a vida dos jurados: "A promotora quer resposta "sim"; a defesa quer reposta "não". Podem escolher uma cédula e votar". Um escrevente feliz passa com o saquinho (a lei fala em "urna". Até parece! É um saquinho preto de pano, tipo de mágico) para recolher as cédulas dos votos. Cada jurado tem que botar a cédula fechada dentro do saquinho, para o voto ser secreto. Quando o sétimo jurado coloca o seu voto, outro escrevente amável passa, com um segundo saquinho, recolhendo as cédulas não usadas. Os saquinhos são entregues para a juíza....que começa a contagem. É medonho. Meu prezado amigo Bruno Romani me perguntou se acompanhar a contagem é como acompanhar disputa de pênaltis. Yes! Comparação perfeita! Só que é dez vezes pior. No futebol, naquela hora sofrida, ao menos você pode roer o braço da poltrona, esconder o rosto no ombro mais próximo, xingar o juiz. Na Sala Secreta, você não pode roer o braço do advogado (embora alguns mereçam), abraçá-lo para não ver o horror (inimigo!), xingar a juíza (nem teria motivos. Tarcisa é uma fofa), ou os jurados (a não ser que seja seu último Júri naquela cidade...). Naquele momento, não há mais o que fazer: promotor e advogado já gastaram todos os seu argumentos nos debates, réplica e tréplica, durante o julgamento. Na Sala Secreta, ninguém pode mais defender seu peixe. Só resta....rezar. Bom, eu não rezo. Mas...hehe....estou em dívida com uns duzentos santos. Logo penso: "Ai meu santo/minha santa (o nome muda conforme o Júri, faço rodízio para não cansá-los), não deixe esse bandido ficar impune. Prometo que....". Putz, já prometi dois meses sem chocolate. Meio ano sem Coca Light. Prometi para sempre guardar todos os meus CDs dentro das caixinhas corretas - e enfileirá-las em ordem alfabética. Já prometi aprender a passar roupa, a tirar pó dos móveis todo sábado. Enquanto isso, a Tarcisa vai abrindo os votos, um depois do outro, e anunciando: Um "não", dois "não", três "não", quatro "sim", cinco "sim", seis "sim", sete.....".
Haja nervos. Daqui uns meses, vai rolar em Atibaia um mega Júri com - snif - oitenta (!) quesitos. Oitenta. Já imaginou você, querido são-paulino sofredor, acompanhando uma disputa de oitenta pênaltis na final da Libertadores? Pois é. Minha aflição vai ser imensamente superior. Então, da próxima vez que você for ao estádio, na hora crucial, lembre-se de mim. Coisas muito mais terríveis rolam dentro da temida Sala Secreta.

Sunday, July 23, 2006

Produção caseira

Alguns já perguntaram, então só para esclarecer:
* Essa série Arte/Rock não é chupinhada. Idéia minha mesmo. Procuro as fotos, os quadros e monto.
* Para cada montagem que dá certo, umas cinco dão errado.
* Gente difícil de "enquadrar": Morrissey (não há retratos de bardos com topete), Karen O (quando ela não aparece fazendo caretas, aparece levantando o dedo do meio. Improvável encontrar uma lady em tais poses), Pete Doherty (chapado em todas as fotos que pesquisei. Todas. E olha que eu vi umas 50....).
* Minha preferida é a do Ian Curtis, embora não seja a mais parecida.
* A do Bruno Romani foi a mais legal de fazer. Porque ele é meu amigo e deu palpites para a confecção: me impediu expressamente de compará-lo com Cristos, rapazes alegres ou...broxas (segundo ele, um broxa tem cara de derrotado (!). Então, passei longe de caras tristes e cabisbaixos). No fim, aprovou o resultado (ufa!). Modéstia à parte, eu adorei.
* Não entendo nada de Pintura ou Escultura. Mas comecei a tomar gosto pela coisa, a comprar uns livros...e acho até que vou fazer aquele curso da EPA (viu, Cazetta!).
* Esse treco vicia. Toda vez que faço mais um, juro que é o último.
* Devem achar que sou desocupada.

Quando a Arte vira Rock, Parte XXII



Stanley Spencer, Self Portrait, e Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana, vocalista e guitarrista do Foo Fighters.

Saturday, July 22, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XXI



"Carmela Bertagna", de John Singer Sargent, e a cantora Regina Spektor.

Wednesday, July 19, 2006

Os Dois Mares de Trapani e Hooverphonic




No extremo noroeste da Sicília, Itália, ocupando uma península, surge a pequenina cidade de Trapani. No mapa, o desenho de Trapani lembra um apêndice. Como se a ponta esquerda da Sicília afinasse e avançasse sobre o mar. Mas qual mar? Mares. O diferencial de Trapani está aí: a cidade é um muro natural que delimita dois mares. Tirreno ao norte e Mediterrâneo ao sul. Trapani é tão estreita que uma única rua interliga as duas praias. Então, a certa altura da calçada você pode olhar para um lado....e ver o Tirreno. Virar a cabeça e, em um segundinho, já se deparar com o Mediterrâneo. É divertido. Pode ser meio bobo mas, em Trapani, você se sente geograficamente muito bem posicionado no globo terrestre. Afinal, não é todo dia que a gente divide dois mares (melhor do que Moisés, que dividiu um). E a existência de dois mares não é notada apenas porque seus nomes estão escritos na "cartina". O Tirreno e o Mediterrâneo têm origem comum, mas estão longe de ser iguais. O Tirreno é muito mais lindo. Não sei a razão. Só sei que o mar do norte é azul anil, mesclado por correntes de água verde-esmeralda. Quando toca as rochas brancas - que na vida só vi em Trapani - compõe uma paisagem hipnotizante. O Mediterrâneo não é feio. A vista só não empolga. Cor de água de mar sem personalidade. Aquela água camaleônica que sempre reflete e imita a tonalidade do céu, até em dias nublados. O Tirreno captura o olhar. Desperta a vontade de ficar, de nunca ir embora. O Mediterrâneo casualmente entra no seu campo de visão, sem maiores estragos ou carimbos na memória. Não enfeitiça. É parar, reparar e....bom, está na hora de ir e tomar mais um sorvete.
O Hooverphonic é banda belga de trip-hop. Vocal feminino ultra-macio. Ano passado, foi lançado o CD mais recente da banda. Ou melhor, os CDs. Dois CDs em uma mesma caixinha. "Sweet Music" e "No More Sweet Music". As canções do primeiro disco são repetidas no segundo. Os mesmos nomes, as mesmas letras. Assim como as águas dos dois mares de Trapani, as músicas de ambos os CDs têm idêntica origem e estrutura. Mas o tratamento das canções e os arranjos são bem diversos. "Sweet Music" é o Tirreno: infinitamente mais arrebatador do que seu irmão descolorido. Por quê? Não consigo explicar. Talvez seja a mistura sutil e acertada de suave música eletrônica, música clássica e voz feminina. Em "No More Sweet Music" as canções foram remixadas. Os violinos, apagados. O vocal, recortado. Parece "chill out", bossa. Não é ruim, mas não empolga. Não captura os ouvidos ou o coração. "Sweet Music" torna seus ouvidos reféns. Provoca aquela deliciosa sensação de que sim, você finalmente encontrou as canções perfeitas. Apaixonante. Como o Tirreno.

Vá - ou retorne - para Trapani. E leve na bagagem os dois CDs do Hooverphonic. Se você escutar cada um diante do seu respectivo mar, vai me dar razão.

Tuesday, July 18, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XX



"Joséphine Baker au Bal Nègre", de Kees Van Dongen, e Skye, ex-vocalista do Morcheeba.

Monday, July 17, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XIX



"Sur le canapé d´argent pâle", de Maurice Denis, e a DJ Ellen Allien.

Gustav Klimt & Sonic Youth


"What a waste,
You´re so chaste,
I can´t wait,
To taste your face." ("What a Waste", Sonic Youth)

Friday, July 14, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XVIII



"Émile Bernard", de Henri Toulouse-Lautrec, e Bruno Romani, baixista do Apside.

Loucas


Santorini, Grécia. Eu, Beth e Ana Chami.

O hotel se chama "Loucas". Mas a pronúncia é "Lucas". Pelo menos foi o que disse o seu Vassili, que trabalha lá desde antes do meu nascimento...

Thursday, July 13, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XVII



"Alexander Pope", de Louis-François Roubiliac, e Jon King, vocalista do Gang Of Four.

Sunday, July 09, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XVI



"Portrait d'un jeune garçon", de Pierre-Paul Prud'Hon, e Louise Rhodes, vocalista do "Lamb".

Mafalda é cool

Saturday, July 08, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XV



Detalhe de escultura
italiana e Abi Harding, saxofonista do "The Zutons".

Thursday, July 06, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XIV



"The Promenade", de Marc Chagall, e a dupla The Dresden Dolls.

Quando a Arte vira Rock, Parte XIII



"Davi", de Michelangelo, e Josh Homme, do Queens Of The Stone Age.

Wednesday, July 05, 2006

Quando a Arte vira Rock, Parte XII



"Dora Marr", de Pablo Picasso e a cantora PJ Harvey.

Sunday, July 02, 2006

"Tear You Apart", She Wants Revenge

Em 1598, Caravaggio pintou o assustador "Judith Degolando Holofernes". Nabucodonosor, rei da Assíria, ordenou que o general Holofernes dominasse os povos do Ocidente. Holofernes cumpre as instruções do rei, saqueia cidades e chega à fronteira da Judéia. O exército do general cerca a cidade de Betúlia, situada em uma montanha, impedindo o acesso dos habitantes à água e comida. O tempo passa e os moradores de Betúlia, abatidos pela fome e pela sede, estão prestes a se render a Holofernes. Residente na cidade, a inconformada e bela Judith arma um plano. Surge no acampamento dos assírios e promete a Holofernes que entregará a ele o povo judeu, em troca de liberdade. Encantado, o general convida a moça para um banquete em sua tenda. Já com segundas intenções, manda que soldados e serviçais os deixem a sós. Judith consegue então embriagar Holofernes, que adormece. E aí.....Caravaggio - pintor genial, arruaceiro e assassino - mostra o resto! Quadro cheio de contornos escuros coloridos por algumas interferências de luz.
Em 2006, a banda "She Wants Revenge" lançou seu primeiro CD, não menos assustador do que a pintura de Caravaggio. Lembra Joy Division e Bauhaus. Canções cheias de contornos escuros coloridos por algumas interferências eletrônicas. O vocalista não canta. Sentencia. "Tear You Apart", faixa 11, cola no cérebro como sanguessuga. Ouvi pela primeira vez "She Wants Revenge" na última terça-feira, à noite e no meio da chuva, dirigindo na estrada. Poucas horas depois de estudar o processo do Júri que rolaria no dia seguinte. O caso: um traficante que apavorava a pequena cidade de Bom Jesus dos Perdões havia executado um homem com treze tiros.
E eu queria vingança.

Saturday, July 01, 2006

Into My Arms






Toda pintura linda e escultura linda merecem uma canção linda.
"Eros e Psique", de Antonio Canova, e "Love", de John Everett Millais, merecem "Into My Arms", de Nick Cave.
Into My Arms
I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O LordInto my arms
And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms
And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candlew burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms